É o que tens agora e não tinhas dantes ou o que não tens agora mas já tiveste um dia?
Li nos documentos de psicologia que, às vezes, a perda involuntária de tudo o que nos rodeia nos afecta de uma forma inigualável. Essa perda foi totalmente culpa tua e suponho que isso te deixou nesse estado de calamidade. Mas, por favor, faz-me entender aquilo que não vem nos documentos de psicologia. O que se passa contigo, tio? Não espero pelas tuas respostas, assim como nunca esperei que acordasses num dia de Inverno com um sol ligeiro e tudo isso estivesse irremediavelmente corado. Eu sei que há muita coisa que não sabes e outras que consideras saber de cor. Mas quero contar-te uma coisa e farei como tu me fazias à alguns anos atrás, quando tinhas tudo o que já não tens. Deito-te na cama, sento-me à beira dos teus pés, pego num livro ao acaso e leio os meus pensamentos como se eles ali estivessem escritos e ilustrados. Digo: "Perdoo tudo o que nos disseste e tudo o que disseste de nós. Não importam as pessoas que deixaste escapar, nem quantas delas ainda se importam com a p...