Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2014

É o que tens agora e não tinhas dantes ou o que não tens agora mas já tiveste um dia?

Li nos documentos de psicologia que, às vezes, a perda involuntária de tudo o que nos rodeia nos afecta de uma forma inigualável. Essa perda foi totalmente culpa tua e suponho que isso te deixou nesse estado de calamidade. Mas, por favor, faz-me entender aquilo que não vem nos documentos de psicologia. O que se passa contigo, tio? Não espero pelas tuas respostas, assim como nunca esperei que acordasses num dia de Inverno com um sol ligeiro e tudo isso estivesse irremediavelmente corado. Eu sei que há muita coisa que não sabes e outras que consideras saber de cor. Mas quero contar-te uma coisa e farei como tu me fazias à alguns anos atrás, quando tinhas tudo o que já não tens. Deito-te na cama, sento-me à beira dos teus pés, pego num livro ao acaso e leio os meus pensamentos como se eles ali estivessem escritos e ilustrados. Digo: "Perdoo tudo o que nos disseste e tudo o que disseste de nós. Não importam as pessoas que deixaste escapar, nem quantas delas ainda se importam com a p...

Recordar mata.

Dizem, por fim "Recordar é viver.." e eu recordo. Lembro-me das manhãs de Inverno, as tantas que aí passámos, o Bruno balançava-me na cama e chamava-me baixinho para que acordássemos enérgicos e fossemos tratar daquilo que achávamos poder ser o nosso futuro. Os cavalos. O Texas era sempre menos impulsivo e o Kid sempre mais... Mais como eu, digo. Lembro-me de cada aniversário, desta vez em manhãs de Verão, começávamos de cedo a procurar pelas ruas da pequena aldeia as mais belas flores, embrulhávamos caules em alumínio e esperávamos que não notasses a quantidade que gastáramos. Fazíamos os cereais para a tia e o café quente para o tio. Subíamos as escadas em caracol e corríamos para a única porta sem maçaneta por dentro, saltávamos para a cama e ali ficávamos apenas no entretém dos saltos. Lembrar-me-ei sempre do sorriso natural que recebíamos mesmo quando sabíamos que em seguida ouviríamos uma pequena palestra sobre "não apanhar flores vivas se as vamos deixar morrer...