Há quem prometa não falhar, outros juram não cometer percalços injustos. Eu prometo errar. Prometo que, em algum momento, eu vou cometer um erro tremendo que quase te fará desistir de tudo, até da vontade de ser certo comigo. Conheço-me e sei de cor todos os meus erros, incluindo os que ainda não cometi. Sei que há em mim um lado que gosta de errar e outro que se esforça até à última gota de suor para que aquele erro não seja um erro e sim um acerto. Não posso, por isso, prometer que nunca irei errar. Mas posso precaver-me e a melhor maneira de o fazer, seria afastar-me das pessoas com quem não quero errar. Mas ao lado do meu 'eu' errado, está um 'eu' que quer ser certo. Eu nunca me senti certa. Nunca encontrei o lugar certo para passar as tarde de sábado, a pessoa certa para correr comigo nas manhãs de domingo, a comida certa para fazer em todos os almoços que passo sem fome, o balão certo para voar uma única vez, ou sequer a confiança certa para acreditar que, um dia, quando eu menos esperar, alguém vai achar certo cada um dos meus erros pseudo-acertados. Não sei, sequer, se esse dia chegará. Espero que seja numa tarde de sábado, numa manhã de domingo durante uma corrida, quem sabe num almoço improvisado ou num voo de um balão ultrapassado. Talvez na confiança de um acerto falhado. Não espero pelo dia em que farei algo certo num momento outrora errado, mas desespero com a hipótese de que esse dia nunca chegue.
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